Mais uma vez! Ou melhor, DUAS!

Mais uma vez, ou melhor, mais duas vezes, passei pela experiência mais divina de uma mulher! Como expectadora, a emoção é diferente, lógico, mas mesmo assim, é tão real, tão mágico, tão intenso!!!

Cheguei às 19:00 hrs na maternidade e lá estava o “Dr.” Daniel, sentado na mesa da recepção. Quando me viu, estendeu as mãos e me cumprimentou. Me desejou boas vindas e eu aproveitei para falar que a gente já se conhecia a bastante tempo! Ele falou que sabia que eu era neta do Seu Milton e que estava feliz de me encontrar ali. Agradeci. Disse-lhe que minha Família mandara lembranças. Ele puxou papo, disse que sempre que eu quiser, posso assistir os partos que ele faz e que, quando estiver tranqüilo, me deixa fazer! (hahahahaha)

Enfim, Daniel (não consigo chama-lo de Doutor! O conheço desde pequena!) foi para sua sala, realizou algumas consultas e eu fiquei ali com a equipe, aplicando um instrumento de estresse. Dentre algumas puérperas, uma (C. 19 anos) já estava em trabalho de parto desde a hora que eu cheguei e a outra (D. 27 anos), foi internada em TP depois de passar com o médico.

De fora do pré-parto ouvia os gemidos. Intensos. A dor parecia forte.

Daniel passava sempre olha-las.

Depois de um tempo, o “Doutor” me chamou e disse que ia para a sala de parto, que o bebê de D. estava nascendo... para eu acompanha-lo.

Fui para o centro cirúrgico, coloquei a touca, máscara e proteção nos pés. Como da primeira vez. Quando ele me viu desse jeito, me levou até o trocador e me deu uma roupa para vestir, disse que eu iria me sujar. Me senti parte efetiva da equipe nesse momento. Rs.

Fomos para a sala, ele me deu luvas e pediu para que eu ficasse por perto. Quando a bebêzinha coroou, me chamou e pediu para colocar a mão. Não sabia se ria, se chorava ou se colocava a não! Coloquei e ajudei a puxa-la! Indescritível, inimaginável!

Nasceu uma Princesa Cabeludinha! Ana Clara!

Depois, me explicou que agora não esperam mais a mãe expelir a placenta, e que a ajudam a tirar. Me fez pegar no cordão como se fosse uma pinça e ir puxando devagariinho, até sair completamente. Me explicou como a placenta funcionava e como o bebê ficava lá dentro, mostrou-me as membranas, tudinho!

Agradeci-o IMENSAMENTE por ter me proporcionado aquele momento!

Depois voltei pra recepção da maternidade e continuei com a equipe lá, ajudando no que podia.

C. ainda estava lá, em trabalho de parto. Alternava entre o chuveiro e a cama para aliviar a dor....

O Doutor sempre ia examiná-la, até que estourou a bolsa.

Depois de um tempo, disse-me que iria para a sala de parto novamente e que, se eu quisesse acompanhá-lo, para ficar a vontade.

Lógico que fui, novamente! Rs...

Cheguei, já me vesti, fui para a sala de parto junto com a equipe e esperei que ele chegasse... enquanto isso, C. falava que não daria conta, que não conseguiria. Estava visivelmente nervosa, tadinha!

Fomos acalmando-a e pedindo para que se concentrasse na força.

Daniel chegou, e ficou um tempo tentando o parto da maneira mais natural. Quando percebeu que seria difícil, pediu para prepararem a epísio.

Nunca tinha visto uma episiotomia antes e, na minha santa ingenuidade, era um corte “reto”, mas não tem como, né?! Rs.. Então, é um corte transversal, do ladinho da vagina.

Um dos assistentes precisou ‘subir’ em cima da maca e fazer força na barriga da mãe, pois o bebê não saia de jeito nenhum.

Depois de uma força ‘felomelal’, tanto do assistente quanto da mãe, nasceu o Victor Gabriel. Lindinho e Cabeludo também!

Dessa vez, fiquei só de expectadora no parto!

A mãe sangrou bastante. Aplicaram ocitocina para não dar hemorragia e o médico foi dar os pontos. Nesse momento ele me deixou a vontade para continuar ali ou para sair.

Preferi sair e deixa-lo terminar o serviço em paz. Rs...

Depois disso, me despedi da equipe e disse que estava feliz demais.

Vim para a casa e sonhei a noite inteira com isso! Pensei o dia inteiro!

A cada dia que passa e a cada dia que vou para a maternidade tenho mais certeza do que quero para a minha vida!

É indescritível. Único. Mágico!

Se sinto tudo isso só como expectadora, imagine quando for a personagem principal dessa história toda.....